Ressuscitou a meados de Maio de 2004. Continuará a focar o seu conteúdo no mais xungoso, desde A Paixao de Cristo até ao Último Samurai... Crítica free-style! contacto: cinemaxunga@gmail.com

sexta-feira, maio 21, 2004

Cabin Fever (2002)

Cabin Fever (2002) Sinopse: Um grupo de jovens viaja para o interior para encontrar o mesmo destino de milhares de outros jovens que também já foram chacinados em filmes do género. Slash, cut, mangle, e por aí fora...

Crítica: Acabei de vir do dentista onde me foi arrancada uma raíz. Aquilo custou a tirar, pelo que me encontro cheio de dores. Na impossibilidade de esmagar a cabeça a alguém com uma pedra de decoração, vou dedicar-me a devastar este pequeno e simpático filme. Ora bem, comecemos.

A ideia de criar um filme deste género, remonta a 1901 (aproximadamente). Desde essa altura, são feitos aproximadamente 253 filmes destes por ano. Porquê enganar as pessoas com a esperança vã de que este vai ser diferente? Porque nos martirizamos a ver filmes que sabemos à partida cada pequeno detalhe. Todos os aficionados do género sabem como acaba, quem sobrevive, as sequencia das mortes. As mortes ocorrem sempre do personagem mais apagado para o que está mais em destaque. É assim, nunca muda. Nuuuunca.

Este belo desperdício de película tem no entanto algumas nuances diferentes. O que significa nuances mesmo? Continuando, este é estranho. Dentro do mesmo modelo monótono e tedioso, mas ligeiramente diferente. Digamos que está dividido em dois. A primeira parte (40 minutos exactamente) segue a onda normal. Interior dos EUA, aldeias com pessoas peculiares, um susto ou outro que afinal é apenas o gato, um sidekick que só diz piadas e não come gajas, um chefe de uma equipa de futebol, a chefe das Cheer leaders, um carro de grande cilindrada, enfim, o rol do costume. Nessa primeira parte, morre pouca gente. Aparece um caçador com uma estranha doença de pele e que é completamente ignorado e friamente dispensado pelos nossos heróis. O mais impressionante é que acaba por passar a mensagem de "não ajude estranhos. podem estar a morrer e a implorar ajuda de joelhos enquanto se envaiem em sangue, mas não ajudem estranhos". E pronto, estão a ver mais ou menos como funciona.

Depois então, a partir dos 40:01 minutos acontece uma coisa estranha. É como se o realizador tivesse dito "Ora bem, vamos cagar completamente no guião e vamos matar toda a gente num banho de sangue sem lógica, mas bastante violento e gráfico." E assim começa... Morre tudo e mais alguma coisa e da maneira mais atroz possível, até cães, imaginem! Pronto, e depois acaba.

Conclusão, é vazio de cinema e cheio de sangue e tripas, o que até é bom. Sim, porque imaginem que o realizador queria fazer disto uma obra prima para os Oscares... Isso sim era mau. Agora assim uma coisa despretensiosa e relaxada é porreira. É do tipo "mata mais aquele gajo ali", grita o realizador, "mas ele é o tipo do microfone", diz o assistente, "não interessa, achas que alguém nota? vá mata lá o gajo também".

Pontos altos
: Xunga de alto nível.

Pontos baixos: Xunga de alto nível.~

Veredicto: Deixem as namoradas e os amigos que vão ao cinema baseados nos Oscares e em Cannes em casa e vão curtir a matança.

NOTA EXTRA: A verdade é que este filme é uma metáfora em relação à sida e à sua propagação. Tenham isto em mente enquanto presenciam carnificina sem limites, fará de vocês melhores pessoas.