Ressuscitou a meados de Maio de 2004. Continuará a focar o seu conteúdo no mais xungoso, desde A Paixao de Cristo até ao Último Samurai... Crítica free-style! contacto: cinemaxunga@gmail.com

quarta-feira, maio 19, 2004

Gothika (2003)

Gothika (2003) Sinopse: Uma psicóloga de sucesso acorda um dia presa no seu próprio asilo, suspeita de ter cometido o mais horrendo crime.

Crítica: Este é daqueles do género: apresentam uma situação interessante no início, um quebra cabeças, depois esperamos 80 minutos a encher chouriços e depois tem uma desculpa esfarrapada para um final. Desde "La Haine" que vejo todos os filmes de Mathieu Kassovitz na esperança que se liberte o brilhantismo que ele possui. Ele tem jeito, sabe que tem jeito, mas custa a sair. Costuma-se chamar a isto preguiça. Depois aparece Penelope Cruz num papel meramente decorativo, com 3 minutos de tempo de filme. Faz aquele típico papel de tresloucada, que diz coisas como "os extraterrestres roubaram-me um saco de salsichas", mas que no final ela é que a sabia toda e ninguém a ouviu... Tipo a senhora do tronco no Twin Peaks. Halle Berry exibe-se, como numa passagem de modelos, atraindo tansos Oscarmaniacos às salas. Podia ser outra gaja qualquer, mas não... Esta ganhou um oscar, ca**lho!

Filme de fantasmas, thriller psicológico paranormal, filme gótico apenas de nome, tudo serve para catalogar esta peça de xungaria tipicamente "quando o filme acabar, apago-o da memória". O drama é inteiramente fornecido pela música que nos controla a adrenalina artificialmente. Os sobressaltos acontecem quando todos os músicos da orquestra da banda sonora são instruídos para tocarem cada um uma nota diferente o mais alto possível. O trabalho de câmara é bom, como é característico em Kassovitz. O argumento vai fornecendo pequenas pista em desespero, para nos manter na sala, depois da grande promessa dos 10 minutos iniciais. Depois o twist final é do tipo queijo suiço. Qualquer corajoso que se lembre de rever o filme, vai apanhar pelo menos um plot hole a cada 10 minutos. Obviamente que este filme foi criado para ser visto apenas uma vez, até porque a oferta é muito e temos mais que fazer do que rever xungaria. Há sempre um mundo novo de xungaria à porta para ver.

É o chamado "filme de criar ambiente". Mas para isso podemos sempre colocar um pano vermelho sobre o candeeiro, como nos ensinou o mestre Woody Allen e poupamos uns trocos. Série A inspirado em série B para parecer série B. Resulta num série B de orçamento de série A. Provavelmente o orçamento disto serviria para pagar as produções de todos os Sexta Feira 13, Pesadelo em Elm Street, Re-animators, Piranhas Assassinas e todas as continuações dos Palhaços Sanguinários do Espaço (e talvez 485 episódios do espaço 1999).

Pontos altos: Trabalho de câmara, criação de ambientes (para nada). Lamentavelmente não entram anões nem póneis, o que é sempre um ponto alto em qualquer filme que se preze.

Ponto baixos tudo além da premissa inicia.

Veredicto: Esbajamento de dinheiro. (tanto na produção como no blihete)