Ressuscitou a meados de Maio de 2004. Continuará a focar o seu conteúdo no mais xungoso, desde A Paixao de Cristo até ao Último Samurai... Crítica free-style! contacto: cinemaxunga@gmail.com

quarta-feira, junho 16, 2004

Daredevil (2003)
Arquivos xunga

Dare Devil Sinopse - Super herói de borracha avermelhada, o homem sem medo. Advogado de dia, vingador à noite. Luta eternamente contra o Rei do Crime. Aprende na noite que, se calhar, a vingança nem é uma opção assim tão interessante.

Resumo livre - Um jovem rapaz cujo pai é um boxer falhado, tem um dia uma desilusão terrível. Mete-se a correr que nem um doido e acaba por apanhar com um líquido radioactivo nas trombas. Descobre então que fica cego e que ficou com os outros sentidos com sensibilidade acrescida. Fica com um visão tipo morcego, um homem-radar. Um dia matam-lhe o pai e ele fica todo chateado. Já adulto torna-se um advogado de coração mole (robin hood em versão faculdade de direito) e à noite esquarteja impiedosamente criminosos alucinados. Apaixona-se... Azar do cara**o! O homem sem medo afinal tem cu. Vai daí, a miúda com que se apaixonou também é dada a usar umas borrachas avermelhadas armada em super-heroína. Porrada para aqui, porrada para ali e as coisas lá vão avançando até se descobrir que todo o mal no mundo tem como origem um terrível barão do crime, um patrocinador de malvadeza. Mau como as cobras... Grande como uma casa! Mais bordoada avulsa e acaba.

Crítica - Cada vez que vejo um filme deste género penso: "quantos putos é que já não terão partido as costas a inventar saltos á lá matrix?". Bem, mas vamos ao que interessa. Quando era miúdo lia alguma coisa da Marvel. Era o que orçamento permitia, até porque os comics nem eram baratos. Este senhor era um dos meus favoritos, juntamente com o Homem Aranha, o Surfista Prateado e um outro de sapatos bicudos (venenosos) que não me lembro o nome. Mas não fazia ideia que se chamava Daredevil no original. Adiante. O filme não faz justiça à nobreza do herói. A começar pelo actor principal, Ben Affleck, gajo que nunca me causou um mínimo de interesse. A enredo é completamente desconexo, onde se denotam as cirurgias plásticas mal disfarçadas. A porrada é mais um franchising daqueles chineses que inventaram os saltos com cordas, que ganham uma batelada à conta destes estilistas que se preocupam mais em vender óculos do que em fazer um filme decente. Os efeitos especiais não estão mal, mas tendo em conta o orçamento, não fazem mais do que o trabalho deles. Os FX são baseados na investigação feita para o Homem-aranha, e nas cenas de mais dinamismo, sempre escuras, o nosso herói tem um aspecto mais plastificado, arredondado e os movimentos são ainda bastante artificiais.

Pontos Altos - Os dois pontos altos são Elektra e BullsEye. Por razões diferentes. Elektra aparece perante os nossos olhos com uma imensa beleza. Dá prazer olhar para a sua presença no ecrã. Até a "duplo" que faz a suas cenas é boa como o milho. Gera um certo interesse e ajuda a passar o martírio dos 90 e tal minutos que dura esta desgraça. O BullsEye é engraçado. Não que seja propositado (não é), mas porque o actor (não tenho paciência para procurar o nome) quer dar um ar tão demente que gerou um palhaço que gera gargalhadas involuntárias na plateia. No meu caso, no sofá, enquanto esperava que o telemóvel carregasse para poder sair e apanhar ar.

Pontos baixos - A ridícula luta interna do nosso herói de latex, o final fatela de "a vingança não compensa", o Kingpin (esperava melhor) e finalmente, onde raio mandam os super-heróis fazer os fatitos, as armas e as decorações?! Eu sei, eu sei, são personagem de banda desenhada, mas por vezes era lá que deveriam ficar, onde têm tão bom aspecto.

Observações finais - Desde que não se pague para ver e não se perca tempo útil, até é um bom sonífero.

Veredicto - Ligeiramente amerdongado. Xunga de grau 3